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MUNICÍPIO DE PORTEL

                        Portel é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 01º56'08" sul e a uma longitude 50º49'16" oeste, estando a uma altitude de 19 metros. Sua população é de de 52.172 habitantes (Senso IBGE 2010). Possui uma área de 25.384,865 km².
                        De acordo com historiadores, as origens de Portel remontam à metade do Século XVII, quando o Padre Antônio Vieira fundou no local a aldeia de Arucará, com alguns índios Nhengaíbas extraídos da Ilha Grande de Joanes, passando a ser assim administrada pelos padres da Companhia de Jesus. O historiador Carlos Roque informa que no ano de 1758, Portel foi elevada à categoria de vila pelo então presidente da Província, Mendonça Furtado que, pessoalmente, instalou o seu Senado da Câmara, precisamente em 24 de janeiro daquele ano. No ano de 1786, a vila sofreu um ataque dos índios Mundurucus, em que morreram alguns de seus moradores.
                        A localização da Aldeia de Arucará, que posteriormente tornou-se vila de Portel, e sua consolidação como povoação próspera, obedece à estratégia geopolítica da Coroa Portuguesa de ocupar as terras amazônicas que deveriam pertencer à Espanha, e assim, garantir sua posse de fato e, posteriormente, de direito. Ao norte do município, o relevo é característico da Planície Amazônica, ao passo que as regiões central e sul caracterizam-se pelo Planalto da Amazônia Oriental. A vegetação constitui-se por Floresta Equatorial Amazônica, verificando-se grande diversidade de espécimes comerciais desejáveis. Em relação ao solo, verifica-se predominância do latossolo.
                        O Município de Portel, Estado do Pará, localiza-se na Mesorregião do Marajó, Microregião de Portel. Sua extensão territorial compreende área de  25.384,865 Km², definindo limites com os municípios de Melgaço-norte; Oeiras do Pará-leste; Itupiranga e Porto de Moz-sul e Senador José Porfirio-oeste. Dista da capital do Estado (Belém) 326km, via marítima e 27km, via aérea. População de 52.172 habitantes, dos quais 26.818 são homens e 25.354 são mulheres. 24.852 pessoas vivem na área urbana e 27.320 pessoas vivem na área rural. A densidade demográfica conta com 2,06 hab/km²
                        De acordo com a lei geral de 1828, Portel teve sua primeira eleição municipal no ano seguinte, sendo eleitos oito vereadores, até 1832. Entretanto, em 1833, por decisão do Conselho do Governo da Província, Portel tem cassado o seu título de Vila, passando assim a fazer parte do território de Melgaço. Somente em 1843, Portel voltaria à condição de município autônomo, conforme o Decreto Lei n° 110, datado de 25 de outubro de 1843.
                        Nesta época, segundo Antonio Baena (Ensaio Corográfico sobre a Província do Pará - 2004, p.24), o aspecto da frente da vila compunha-se de:
"[...] uma igreja de duas naves de pau, grande, pintada no teto e paredes, dedicada a Nossa Senhora da Luz, e colocada no meio de uma comprida ala de casas, umas de girau, outras disformes, negras, e arruinadas [...]", e sua população compunha-se de "[...] 2.170 brancos, indianos, e mamelucos, com 80 escravos [...]" com a maioria vivendo no interior.
                        Sobre o modo de vida destes habitantes Baena descreve que:
"[...] exercitam a mesma lavoura dos do Termo de Melgaço; e são como esses remissos em empregar os seus esforços para desempeçar os igarapés, que habitam, dos madeiros, que o tempo neles lança; e assim os deixam abandonados à natureza sem advertirem que deste abandono devem resultar os danos, que estão sofrendo, e que vão continuando e diminuindo a sua capacidade para a navegação interna do país". (BAENA - 2004, p.248).
                        Em 1864, o naturalista Domingos Ferreira Pena visitou a localidade e descreveu que Portel possuía 84 casas distribuídas em quatro ruas e oito travessas, e que na frente havia uma longa ponte de madeira que avançava para a baía, para embarque e desembarque de cargas.
                        Segundo este viajante, à esquerda desta ponte encontrava-se a única casa de sobrado existente, onde se reunia a Câmara Municipal. Ferreira Pena observou que a Igreja matriz existente era toda feita em madeira, e que seria a mesma construída pelos Jesuítas, no início do Século XVIII, onde se destacava no teto presença ainda de "[...]primitivas pinturas representando várias cenas referidas nos Santos Livros, cada uma com sua inscrição apropriada." (PENA - 1973, p.108).
(Antônio Sadinael - Matas: Outros 600 na Mesorregião Portel, 2008)